Por Isadora Fontes
Professor concursado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFTO) desde 2004, o também deputado estadual Prof. Júnior Geo (PROS) usou a tribuna na tarde da última quarta-feira, 9, para questionar o corte de verbas nos investimentos da educação básica e ensino superior anunciado pelo Ministério da Educação.
“Esse corte se refere ao corte de sonhos, de evolução, de desenvolvimento, da pesquisa, de uma sociedade melhor. É isso que hoje é proposto pelo governo federal. Não foi conversado com os que tratam a educação com seriedade neste país e por isso, prestam neste momento, com essa atitude, um desfavor ao povo brasileiro”, destacou o parlamentar.
Dados
Durante sua fala, o deputado apresentou dados referentes aos cortes na educação. “Em relação ao que implica esses cortes, nós temos 39,88% do orçamento previsto para a educação básica, 25,38% dos orçamentos das universidades federais, 35,54% dos Institutos Federais, 12% dos hospitais universitários, 8,68% do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), 20,9% do Capes que fomenta a pesquisa em diversas áreas da ciência em nosso país”, salientou.
Ainda sobre as pesquisas, Geo destacou que 95% delas no Brasil são oriundas das instituições de ensino público. O parlamentar também pontuou sobre o corte que ocorrerá na Universidade Federal do Tocantins (UFT) de 42% e no IFTO, de 32%. Na UFT, esse corte corresponde a R$ 18 milhões.
“A UFT já afirmou que daqui dois meses não terá dinheiro para conta de água e energia, ou seja, a Universidade Federal poderá fechar as portas. A decisão do governo federal, neste momento é apenas política, não foram pensadas as consequências, os prejuízos gerados a todo o país.
O parlamentar também destacou o impacto que está acontecendo no campo da pesquisa por conta do corte. “Atualmente, a Universidade de São Paulo (USP) retira coágulo do cérebro e devolve os movimentos às vítimas de AVC, e tudo indica que vai ser cortada”. Na oportunidade, Geo destacou outros casos similares, como o da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que cria espuma capaz de absorver agrotóxicos das águas e dos alimentos, e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que cria sensor que detecta o mal de Alzheimer em apenas 30 minutos, e ainda citou a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), universidade que desenvolve remédio capaz de matar células do câncer de bexiga.
“Nós temos a descontinuação de 200 mil bolsas de pesquisas. É incrível como nós temos um desincentivo à educação no país”, enfatizou o parlamentar. Na ocasião, Geo também lembrou dos alunos que recebem ajuda de custo para ir estudar. “Um corte como esse, com certeza afetará as bolsas de estudo e provocará o afastamento do aluno que necessita da bolsa para estudar”, disse.